AMOR

Amar é despertar naquele a quem amamos, toda a grandeza de que é capaz!

Definir e compreender esse sentimento tão amplo e ao mesmo tempo tão simples, não é tarefa fácil, porém todos nós, ao menos, em algum momento da vida, já o sentimos. Quando pensamos em amor podemos associar ao amor sexual ou amor ao próximo. Confundimos muitas vezes o amor com a paixão ou ao desejo sexual. 
Na busca de melhor compreender esse sentimento tão complexo, encontro no dicionário (o velho Aurélio) a seguinte definição: “Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro.” Analisando a primeira parte temos uma ampla definição do amor. O amor dos pais com os filhos, dos filhos com os pais, dos irmãos, dos amigos, dos amantes, enfim de todas as formas de relacionamento em que desejamos o bem do outro. Na Segunda parte temos um tipo de amor um pouco diferente que é mais comum dos pais com os filhos. 
Os poetas talvez descrevam o amor de uma forma melhor do que a psicologia pode descrever, entretanto relendo alguns teóricos desta área encontro algumas referências interessantes e que nos levam a refletir um pouco . 
Adler considera o amor como uma tarefa e enfatiza a relação de cooperação entre duas pessoas : “Três maiores tarefas da vida: trabalho, amizade, amor. O amor maduro envolve uma íntima união de mente corpo, e a máxima cooperação entre duas pessoas.” 
Rogers vê o amor como o ponto de referência máximo de uma criança para o seu desenvolvimento. “O amor é tão importante para a criança que ela acaba por ser guiada , não pelo caráter agradável ou desagradável de suas experiências, mas pela promessa de afeição que elas encerram.” 
Maslow divide o amor do ser, do amor por deficiência, dizendo que: “Amor por deficiência é o amor pelo outro porque ele preenche uma necessidade, o amor do ser é o amor pela essência , pelo ser do outro.” 
Rumi focaliza o poder do amor no crescimento pessoal, dizendo que: ”O amor é a única força que pode transcender os limites da razão. O amor é uma capacidade em expansão contínua.” 
Lowen chama a atenção às forças inconscientes que nos movem numa relação: “O destino parece desempenhar um papel muito grande, as pessoas são atraídas umas pelas outras, por forças que têm alguma relação com suas personalidades, se a pessoa é tão cega quanto foi Èdipo, a perda do amor de sua vida é inevitável" e da dúvida  que surge no momento em que se percebe que não há como manter esse “estado de graça” da fase anterior(paixão) e se teme perder o outro. 
Mas afinal, o que é o amor? É o mesmo que a paixão? Para o psicanalista Samuel Katz, o amor e a paixão não se confundem. O amor possui uma temporalidade mais longa, enquanto que a paixão é imediata. E o ciúme, diz ele, nós não temos, “ele é que nos tem.” 
Amar é possuir um sentimento tão profundo, que nem o tempo nem a distância são capazes de destruir? Amar é desejar o bem a alguém sem nada cobrar, sem nada esperar? Será que somos capazes de amar assim? Ou será isso que sentimos, esse “amor” cego, tão verdadeiro, tão forte, a paixão? A cantora Marina em uma de suas músicas questiona: “Existe diferença entre paixão e projeção?” As vezes parece que sim, mas quando nos apaixonamos projetamos no outro sentimentos que são nossos e tendemos a ver o outro como nossa “outra metade”. Na maioria das vezes vivenciamos a paixão pensando ser amor. O amor adulto real exige, entre outras coisas, admiração e respeito pelo ser do outro , companheirismo e um projeto de vida comum, mas para isso, antes é preciso que nos amemos, que nos admiremos de nos mesmos. Certamente esse não é nenhum poema de amor, e talvez nesse momento, estejam pensando que é tudo ilusão, mas esse sentimento tão intenso e profundo, dá um “colorido” especial à vida. Quando nos apaixonamos vemos tudo mais belo, experimentamos o melhor da vida, quando não somos correspondidos como desejamos, nos sentimos enganados e iludidos. 
Maravilhoso e maldito, o amor é assim, nos fazendo sentir o melhor e o pior de nós mesmos. 

 "Ainda que eu falasse a língua dos anjos,sem Amor eu nada seria...Amor é fogo que arde sem se ver;é ferida que dói e não se sente;é um contentamento descontente;é dor que desatina sem doer." Camões

Um comentário:

  1. Geralmente o amor envolve duas ou mais pessoas, desta forma, é possessivo.
    O verdadeiro amor não deve ser possessivo.
    Então o amor original e verdadeiro deve ser o unipessoal.
    Quando cada um se bastar e souber se amar, e não procurar no outro o amor, aí sim poderá amar o outro, incondicionalmente.
    O paradoxo do amor!

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